Como funcionam os contratos vitalícios de grandes atletas com a gigante americana Nike?
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Por Edson Ferracini
A perda de patrocínio a Roger Federer pela Nike para a japonesa UNIGLO é um bom parâmetro para o entendimento de como a coisa funciona.
Na Nike as maiores prioridades sempre foram futebol, basquete e atletismo. No entanto, através dos anos, a empresa procurou patrocinar atletas de muito destaque em outras modalidades para consolidar sua marca em todos os segmentos do esporte.
Com o tênis não foi diferente – ou alguém acha que patrocínio para caras como Federer é pra vender camiseta?
Muitos imaginam que a empresa possui contratos vitalícios com atletas. Na verdade isso não existe, o que existe é uma espécie de contrato de “aposentados”.
Esses acordos são renováveis a cada cinco anos e geridos da mesma forma que os contratos com atletas da ativa. Exemplos são Michael Jordan, Ronaldo Fenômeno, Sebastian Coe, Pete Sampras…
Jamais imaginei que a Nike – assim como nunca admitiu que acontecesse com Michael Jordan, deixasse Roger Federer vestir outra marca. Me enganei redondamente.
A política da empresa era pagar X enquanto Roger estivesse jogando e Y com ele aposentado – já que a imagem do tenista estaria menos exposta.
Como os contratos são com prazo de 5 anos, no último, nem Federer nem a Nike imaginavam que aos 37 anos ele ainda estaria brigando pelo número 1 do mundo.
Então a Nike queria o próximo contrato com base num Federer “aposentando”. Já Roger queria nas condições de continuidade – ou seja 10 milhões de dólares para os 5 anos seguintes como o contrato anterior. A Nike refugou.
Aí apareceu a japonesa Uniqlo e ofereceu ao Federer, que detinha a imagem de atleta mais valiosa do planeta, 30 “milhõezinhos” de dólares ao ano para um contrato de 10 anos, ou seja, 300 milhões de “doletas”.
E o fundador da Nike, Phil Knight, fã número 1 do Federer – na época estava fazendo 80 anos. Inúmeras festas foram programadas para festejar a data do patrão.
Fico imaginando a cara do CEO e dos conselheiros da empresa explicando na festa que não renovaram o contrato do astro Helvétivo. rsrs…
Mesmo sem jogar Roger continua sendo um dos atletas mais bem pagos do mundo – segundo a Forbes – mesmo aposentado supera a casa dos 100 milhões de dólares ao ano.