Em decisão histórica, Argentina vence a França e conquista o Tri
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De longe, uma das mais empolgantes decisões de Copa do Mundo da história. Um jogo para relembrar e relembrar e entender porque o futebol empolga tanto, atrai tantas atenções.
Do início vacilante ao coroamento com o título, a Argentina passou do descrédito ao apogeu. E Messi, o maior de todos dessa Copa, coloca definitivamente seu nome no panteão dos gênios do Futebol.
A França foi valente, foi incansável e tornou a decisão um momento mágico deste esporte.
O título coroa uma campanha que, na primeira rodada, parecia improvável. Apesar de favorita, a Argentina estreou derrotada pela Arábia Saudita, por 2 a 1, de virada. O tropeço deu fim a uma sequência de 36 jogos de invencibilidade. A recuperação teve início com a vitória por 2 a 0 sobre o México. O triunfo para cima da Polônia, pelo mesmo placar, deu aos hermanos a liderança do Grupo C. Nas oitavas e nas quartas de final, classificações sofridas ante Austrália (2 a 1) e Holanda (nos pênaltis, após empate em 2 a 2 no tempo normal). Na semifinal, a grande atuação da equipe, no 3 a 0 aplicado na Croácia.
Os franceses, então atuais campeões, sentiram o gosto amargo do vice pela segunda vez – a primeira foi em 2006. Perderam a chance de repetir o Brasil de Pelé e Garrincha, última seleção a vencer duas Copas seguidas, entre 1958 e 1962. A juventude do elenco dos Bleus, cheio de nomes abaixo dos 30 anos (21 dos 25 convocados), entre eles o craque Kylian Mbappé, mostra, porém, que os europeus permanecerão fortes rumo ao próximo Mundial, em 2026 (Estados Unidos, Canadá e México).
No primeiro tempo a impressão que dava é que MBappé não havia sido convocado para o jogo. A Argentina jogou com sangue nos olhos, pressionou muito a França e Di Maria foi o dono da bola.
A Argentina não deu espaço algum. Postura, atitude e força. E tudo deu certo. Aos 21 minutos Dembele tomou um drible de Di Maria, e derrubou o argentino na área.
Messi bateu o pênalti e não deu chance para o goleiro Lloris, da França.
E o craque argentino continuou comandando a equipe. Em um contra ataque rápido, a bola chegou aos pés de Di Maria, na esquerda, e ele guardou mais um, aos 35 minutos.
Antes mesmo de terminar o primeiro tempo, aos 40 minutos, o técnico Deschamp tirou Giroud – um dos melhores do time em toda a Copa – e Dembelê para a entrada de Randal Kolo Muani e Marcus Thuram.
De nada adiantou. A Argentina fechou o primeiro tempo com 40% de posse de bola e deitando na França.
No segundo tempo o técnico Deschamp fez mais mudanças mas a equipe francesa ainda estava aparentemente perdida.
A Argentina ditava o ritmo da partida até os 30 minutos do segundo tempo, quando Otamendi derrubou Kolo Muani dentro da área e cometeu pênalti. Mbappé converteu a cobrança e diminuiu o placar.
Um minuto depois do gol, o camisa 10 da França fez uma linda tabela e chutou de primeira no canto esquerdo do goleiro Martínez para deixar tudo igual.
A Argentina estava sem fôlego no fim do tempo regulamentar da partida. Depois do segundo gol da França, os jogadores argentinos começaram a errar passes e não conseguiram mais avançar ao ataque, mas se seguraram na defesa até o jogo ir para a prorrogação.
Nos minutos adicionais, a Argentina voltou renovada e voltou a ficar na frente do placar, com gol de Messi de perna direita. No entanto, assim como no tempo normal, a seleção de Lionel Scaloni levou o empate após mais um pênalti marcado por Mbappé, que terminou o torneio como artilheiro, com 8 gols marcados.
Com a partida nos minutos finais, o goleiro Emiliano Martínez começou a escrever sua história como herói argentino. Ele defendeu um chute cara a cara de Kolo Muani, que daria números finais ao jogo e o título ficaria na França.
Nos pênaltis, Martínez defendeu a cobrança de Coman e viu Tchouaméni chutar para fora do gol. Mbappé e Kolo Muani converteram suas cobranças, mas não adiantou. Todos os jogadores argentinos colocaram a bola nas redes de Lloris. Messi foi o primeiro, seguido de Dybala, Paredes e Montiel, que marcou o gol do título.
O “fator Messi”
A conquista do tricampeonato passou pelos pés e pela liderança daquele que é considerado por alguns torcedores e especialista como o maior jogador de todos os tempos: Lionel Messi.
O craque argentino fez 7 gols e deu 3 assistências durante o torneio, além de liderar seus companheiros dentro de campo com sua experiência de ter disputado cinco Copas do Mundo, aos 35 anos de idade.
Messi conquistou títulos por clubes ainda cedo, sendo considerado ídolo do Barcelona poucos jogos após estrear com a camisa catalã. Ele venceu a primeira bola de ouro em 2009, aos 22 anos – a primeira de quatro consecutivas que viria a ganhar.
No entanto, apesar do sucesso no Barcelona, conquistando quatro Champions League e dez La Liga (nome dado ao campeonato espanhol), o argentino não conseguia ter a mesma felicidade pela seleção.
Lionel Messi perdeu as finais da Copa do Mundo de 2014 para a Alemanha e da Copa América de 2015 e de 2016 para o Chile, as duas na disputa de pênaltis. Após as derrotas, ele chegou até a dizer que se aposentadoria da seleção.