Torcer para o Londrina requer um esforço extra
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Por Cláudio Osti
Começar uma competição tropeçando não é exatamente novidade no Londrina Esporte Clube. Ontem, por exemplo, o Tubarão perdeu para o Cascavel, no Estádio do Café, por 1 a 0 para o FC Cascavel, pela segunda rodada do Campeonato Paranaense de Futebol.
Em dois jogos atuando em casa, seis pontos em disputa, o LEC conquistou apenas um. Unzinho.
Reinaldo Furlan, comentarista, diz que por incrível que pareça, o Londrina não jogou mal, assim como no jogo contra o Azuriz. “Entretanto, à espera de Junior Dutra ou Pitbull – atacantes contratados e que ainda não estrearam – o time sofre nas finalizações, aliás tem usado os chutes de fora da área, enquanto não tem um grande finalizador dentro da área. O técnico Edinho fez o time jogar, mas isso não é suficiente para fazer o time ganhar. O Estadual tem servido para os garotos jogarem e são muitos em ação e claro, a responsabilidade por somente um ponto ganho em seis disputados dentro de casa, não pode ser creditada a eles”, disse o comentarista.
É verdade, é cedo para cobrar os meninos, mas nunca é cedo ou tarde demais para cobrar a política do gestor do Londrina, o empresário Sérgio Malucelli. Há mais de uma década dirigindo o futebol do LEC, mantém um padrão desde sempre: apostar em jogadores desconhecidos, muitos lesionados e tentando se recuperar, ou como barriga de aluguel de grandes times. Neste quesito, já passaram por aqui Leo Pelé, Arthur, Ayrton Lucas e vários outros. E quando a aposta em desconhecidos dá minimamente certa, vende rapidinho. Como é o caso de Caprini, destaque da última temporada.
A política é, a cada ano, remontar o time praticamente inteiro. Da equipe que terminou a série B em 2022, menos de 10 ficaram. Até o novo grupo ter um minimo de entrosamento, de entendimento do que deseja o técnico, demora bastante. E isso é natural. E entra ano, sai ano, e cobra-se sempre a paciência da torcida.
O fato é que é sempre uma aposta. E quem aposta, seja no jogo do bicho, na megasena ou na timemania, o normal é você perder a aposta, e não ganhar.
A forma de conduzir o Londrina, porém, transforma tudo em um circulo vicioso bem negativo. As equipes pouco ou quase nada se identificam com a cidade e seus torcedores; o gestor sempre parece cultivar uma distância abissal com os torcedores e a cidade e, para fechar o circulo, nem a cidade e nem os torcedores se identificam com o time e, em especial com o gestor.
São tantos desencontros que torcer para o Londrina, algo que deveria ser natural para todos nós orgulhosos pés-vermelhos, requer um esforço extra.
É uma pena, para todos nós.