Sabe aquela cabeçada? Foi gol!
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O goleiro italiano Dino Zoff, em entrevista há alguns anos, mandou um recado ao zagueiro brasileiro Oscar:
- Continuo lhe agradecendo e vou lhe agradecer sempre. Você me fez virar “santo” por aquela defesa.
Caso a cabeçada de Oscar, na última bola do jogo tivesse entrado, o Brasil, a melhor seleção do mundo na época, passaria para as semifinais da Copa do Mundo de 1982.
O dramaturgo Nelson Rodrigues explicava o porquê do verdadeiro leitor ser aquele que relê:
- Nada se compara à primeira vez que lemos e jamais voltaremos a sentir igual. A releitura, porém, nos dá um sentido mais pleno de um sentimento, nos faz sonhar outra vez.
Lembro de ter lido há muito tempo, em algum lugar do qual não me recordo, um texto sobre um imaginário encontro entre Oscar e Zoff.
O assunto, obviamente, foi a magnífica cabeçada acima citada e milagrosamente defendida, aos 43 minutos da etapa final daquela partida.
Imaginemos, então, uma releitura das manchetes dos jornais do dia seguinte àquele Brasil e Itália de 1982, sob a perspectiva de uma fantasia do zagueiro brasileiro.
No devaneio de Oscar, ambos estão sentados num café de Barcelona, ao lado do ainda não demolido Estádio Sarriá.
Com a Gazetta Dello Sport nas mãos, o brasileiro mostra ao italiano a manchete de capa:
- Sabe aquele lance? A bola ultrapassou a linha, foi gol!
Realmente, a releitura nos faz sonhar outra vez!