RONALDINHO, O BRUXO E O MARKETING FURADO!
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Por Edson Ferracini
A história de ADAMS ÓBVIO inspirou brilhantes publicitários pelo planeta. Foi contada pela primeira vez em 1916, e nela o menino Adams – de família humilde – começou a trabalhar como arquivista de uma grande Companhia de Nova Iorque, mais tarde tornando-se dono dela. Seu grande trunfo era enxergar o óbvio em tudo.
Você direcionaria seu marketing para vender uma Ferrari em um segmento de mercado que vende carros populares? Não, você não daria esse “tiro no pé”.
A agência “Speakeasy estratégia e comunicação” ao colocar Ronaldinho Gaúcho fazendo uma entrevista cabal, contundente, agressiva e controversa – deu esse mole e atirou um “projétil na própria pata”.
A intenção era usar o craque gaúcho – figura querida pela bola espetacular que jogou –
amigo e ídolo do jogadores – para dar uma opinião impactante e escandalosa. A idéia, às vésperas da Copa América, seria R10 esculhambar a seleção brasileira. O desmentido viria no dia seguinte sob a justificativa de que tudo não passava de uma ação de marketing.
Jogadores da seleção – que de nada sabiam, ficaram putos da vida, mas demonstraram sua decepção de forma bastante elegante. Romário – sempre ele e que se mete em tudo – manifestou sua concordância com R10. Trouxa!
O desejo de chocar era para o nome Rexona ficar na boca do Brasil inteiro. O intento foi alcançado, mas com a absoluta maioria das pessoas e da mídia falando mal.
Fico imaginando quem é o iluminado da criação que teve a idéia. O “falem mal mas falem de mim”, penso, só arranhou imagens nessa parada aí.
O objetivo de chocar primeiro para esclarecer depois – segundo a agência, era gerar uma reflexão de que “torcida não abandona”.
Bem, abandonando ou não, Ninguém vai comprar Rexona por isso. A máxima de Adams Óbvio era “por que não pensei nisso antes”. E ele mesmo respondia: “a simplicidade é o máximo da sofisticação” .