"O tempo passa, 45 minutos etapa final! Crepúsculo de jogo!"
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Roger Federer, em setembro, na derradeira faísca de sua brilhante carreira, aos 41 anos, jogará a Laver Cup. Pelo seu sarrafo elevado estará o maestro à altura das exigências impostas a uma lenda?
Roger várias vezes contradisse a premissa do grande mestre Bill Tilden:
“Há na carreira de todo jogador o ponto máximo, no qual ele atingiu o auge do seu progresso e de onde, após se manter por algum tempo, começa a descer”
Para os simples mortais é fácil perceber o limiar do declínio de uma carreira, por mais sólida que ela seja. Já para Roger Federer….
Quando tinha 37 anos, idade em que a absoluta maioria dos tenistas profissionais já está aposentada, o suíço venceu 3 torneios do Grand Slam e se tornou o mais velho número 1 da história.
Terá chegado o tempo em que o fantasma da derrota poderá ser mais forte que a crença na vitória? Mesmo para Roger Federer? Infelizmente acredito que sim.
Ainda que acostumado a se reinventar e varrer grandes obstáculos com seu talento inigualável, a despeito de incertezas/descrenças e larga experiência pelo crivo de duras derrotas…
“O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém”
Já a luz do sol, desde a aurora, acompanha o dia até o momento de ir embora ao final do crepúsculo. E assim foi construída e continua sendo contada, ao longo dos anos, a carreira daquele menino da Basiléia.
Os deuses do esporte, submissos ao maestro helvético, desaceleraram a passagem do tempo por um simples motivo:
Deixar que os apaixonados pelo tênis pudessem ver, por mais tempo, a bolinha submissa a trajetórias mágicas e angulações improváveis perpetuadas na memória.
“E a memória é contrária ao tempo. Enquanto o tempo leva a vida embora como o vento, a memória traz de volta o que realmente importa, eternizando momentos”