
Como diz aquele velho ditado, tem dia que parece é que só de noite. Confesso que nem sei se esse ditado existe, mas está valendo.
Ontem o Londrina Esporte Clube perdeu por 1 a zero para o Cruzeiro, no Mineirão, pelo Brasileirão da Série B.
Em um dia normal, nada de estranho pois o time mineiro, mesmo não estando nos seus melhores momentos – já foi campeão brasileiro algumas vezes e duas da Libertadores -, fez um bom investimento para a disputa da Série B, estava jogando em casa e teve as principais oportunidades de gol.
Porém, o Londrina, dentro de sua proposta de jogo e com um elenco mais modesto, vinha jogando bem, encarando o adversário e até demonstrando em alguns momentos que poderia sair de campo com uma vitória ou um empate.
Aí entrou em campo o Sobrenatural de Almeida – personagem criado pelo escritor e jornalista Nelson Rodrigues para explicar derrotas inexplicáveis do Fluminense nos anos 50 e 60.
Desta vez o Sobrenatural de Almeida vestiu a camisa do Londrina. Aliás, a do goleiro Mateus Nogueira, que vinha jogando bem com boas defesas e tal.
Aos 20 minutos do segundo tempo, naquelas saídas de bola modernosas – que com alguma frequência promovem desastres – o zagueiro inicia a jogada na pequena área e passa para o goleiro que está a pouco mais de um metro de distância.
Pois bem, foi assim. O zagueiro poderia ter mandado a bola para fora de sua meta, mas passou a bola para Nogueira que estava ao seu lado. Dois atacantes do Cruzeiro vigiavam a ação no limite da grande área esperando um mero deslize. E houve um deslize. O pé de Nogueira, não tão firme como a famosa árvore, deslizou, escorregou, e ele caiu para seu próprio desespero e para a incontida alegria do atacante Edu que viu a bola chegar aos seus pés empurrada pelo goleiro. Sem ser fominha, tocou para trás e Luvanor se encarregou de empurrar para o gol.
Um a zero. Um lance fortuito. Três pontos a menos. Mais uma derrota.
No dia do goleiro que será inesquecível para a torcida do Londrina e, em especial, para Mateus Nogueira.