A magia no passe de Suelle

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A Superliga de Voleibol  é um fenômeno à parte no atual momento do esporte e da sociedade brasileira. A competição reúne propostas que revelam virtudes primordiais aos trabalhadores, especialmente os gestores, independentemente da área de atuação: qualidade e superação.

O torneio conta com uma série de atrativos como um grupo recheados de esportistas consagrados, incluindo atletas e treinadores estrangeiros, além de clubes geridos por meio de parcerias com instituições públicas e privadas.

Dentre as bandeiras fora de quadra, destaca-se a luta contra o preconceito, um problema que fere a dignidade humana.

A edição feminina é diferenciada, pois ainda conta com a presença de treinadores que são exemplos de resistência como é o caso de Luizomar de Moura, Bernardo Resende e José Roberto Guimarães que, mesmo com dificuldades, mantém projetos que asseguram o futuro da modalidade, em particular ao revelar atletas de potencial.

A último torneio foi marcado pela forte presença de atletas já experientes e jogando em alto nível como é o caso de Fabiana, Thaísa e Juciely, com passagens marcantes pela seleção brasileira, e, por outra lado, Pri Daroit, Tifanny e Claudinha que, independente da atuação, nenhuma ou poucas chances terão de servir a equipe nacional.

Uma outra atleta merece destaque por um detalhe em particular: o de explorar o que tem de melhor apesar das limitações:

Suelle é conhecida pela qualidade no passe e, desde que o técnico Rubinho assumiu a equipe do Vôlei Bauru, começou a ter mais oportunidades dentro de quadra. Com isso, sua participação foi fundamental para o crescimento da equipe que chegou às semifinais desse campeonato e conquistou a Copa Brasil.

Para quem acompanha os jogos, é visível que a bola chega “com açúcar” na mãos de Dani Lins quando ela atua junto com Nyeme na recepção.

Logo, ao ligar a TV para assistir as partidas da Superliga, reflito sobre meu povo e, como um passe de mágica de Suelle, tenho a certeza de que “viver é melhor que sonhar”, como nos ensinou Belchior.  

AUTOR: Luciano Maluly é professor de jornalismo na ECA-USP: lumaluly@usp.br

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