A emoção e a justiça da bola no jogo entre Colombia e Brasil
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Por Edson Ferracini
Os deuses do futebol nos encarregam de lembrar os mistérios ocultos do jogo de bola como se fossem certos – concebíveis e imagináveis como uma espécie de lei de retorno.
A emoção vivida pelo jogador colombiano Luís Diaz e por seu pai – presente ao estádio após o contexto do sequestro – nos mostram o quão as circunstâncias do acaso conspiram para compensar com o bem todo o mal recebido. O esporte bretão é phoda!
Os gols e a atuação de gala do filho – se não repararam o sofrimento do sequestro do pai, no jogo de ontem, substituíram a tristeza pela alegria, remediaram a maldade e trouxeram conforto.
Como o jogo de ontem era de eliminatória de Copa do Mundo – a história das Copas traz lembranças de atuações compensatórias do destino e nos mostra reminiscências daquela velha frase: “Justiça tarda mas não falha”
Na final da Copa do mundo de 1966 entre Inglaterra e Alemanha o placar da prorrogação no velho e lendário estádio de Wembley apontava o placar de 2 a 2.
O chute do atacante inglês bateu no travessão e quicou fora da baliza alemã. O árbitro – num erro lamentável – validou o gol e a Inglaterra foi campeã do mundo.
A reparação do pecado, a expiação do “The rose team” – símbolo da casa real britânica – veio 44 anos depois na Copa da África do Sul. Nas oitavas de final o meio campista inglês Lampard chuta no travessão e a bola quica meio metro dentro do gol alemão.
O árbitro mal colocado ignora as reclamações, o jogo segue normalmente e a Alemanha elimina a Inglaterra. As manchetes da imprensa da terra da cerveja no dia seguinte eram:
“OS DEUSES DA BOLA DEMORARAM QUASE 50 ANOS PARA FAZEREM JUSTIÇA ” – eu acrescentaria:
- Enquanto o mundo rodar!