Rogério Ceni: salve goleiro, que venha o treinador
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Por Edson Ferracini
O vocábulo PERSONAGEM normalmente nos remete a um sentido de papel representado. Para Rogério Ceni, no entanto, o sentido parece ser de figura humana em contínua obra de ficção: protagonista, herói…
Lembro que há muitos anos o Sportv fez um programa com Rogério e Nando Reis, são-paulino “doente”. Um era o ídolo do outro. O músico levou o violão e depois de tocar uma canção insistiu para que Rogério também tocasse.
A principio “envergonhado” o arqueiro relutou em pegar o violão. Sabe aquele “migué”?
Mas ao pegar – em três posições elementares – ficou mais tempo que o Nando com o instrumento. Durante o programa o som mais ouvido foi o dele.
Ao término da exibição pensei:
- Rogério poderia colocar o Nando no gol do São Paulo num clássico contra o meu Palestra no estádio são-paulino. rsrs..
Afinal, a proporção entre o goleiro e o músico – com o “pinho de cordas de aço” nas mãos – era a mesma entre o músico e o goleiro defendendo as “balisas” do Cícero Pompeu de Toledo, o gigante Morumbi.
Por que fiz todo este preâmbulo? Porque no dia em que Rogério Ceni, enquanto treinador, deixar o protagonismo de lado e parar com o “eu ganho eles perdem”- será um técnico muito acima da
média. É estudioso, capaz, conhece o mundo da bola e continua extremamente trabalhador. Precisa parar de perder o vestiário.
A fama pega! E no caso dele não é tentativa de se “colar” uma má fama, “grudar” um rótulo na testa…é colheita, simples assim. O momento atual e o mercado estão lhe mostrando que deve haver mudança de rumo.
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Vasco, Botafogo, Atlético Mineiro, Internacional, Santos… há pouco ficaram sem treinador. Com Rogério livre no mercado – disseram os noticiários esportivos – que seu nome sequer foi considerado.
Torço para que os “lacradores” de plantão não derrubem o treinador de futebol Rogério Ceni. Que ele repense sua carreira e consiga separar – na fama e na vaidade – o técnico atual do grandíssimo goleiro que foi.
Já dizia mestre Ataúfo Alves:
“Mas o meu nome ninguém vai jogar na lama
Diz o dito popular, morre o homem fica a fama
Quero morrer numa batucada de bamba
Na cadência bonita do samba”
Que sua carreira Rogério, em breve, siga no ritmo alegre das batucadas da vida. Salve goleiro, que venha o treinador!