Futebol

Humildade de ídolo

Humildade de ídolo


Por Guilherme Lima

Um domingo, hora do almoço.
Para lembrar de Vasco 0x2 Londrina, Brasileiro de 77, fiz várias entrevistas.

Com muito custo, consegui o número do celular do Roberto Dinamite. Começou a entrevista, sinal horrível.

Ia perder a chance de entrevistar o maior artilheiro da história do Brasileirão e ídolo supremo do Vasco da Gama!

Gelei. Não sabia como contar para ele que mal dava para entender o que ele falava.

Na segunda resposta, eis a surpresa: Guilherme, tá muito ruim a ligação.
Tá chovendo muito aqui no Rio. Trovões. Vamos fazer assim, LIGA EM CASA!

Isso mesmo! Roberto Dinamite passou o telefone fixo da CASA dele!
Falamos 47 minutos!

Outra passagem minha com ele.
Transição do gravador de fita K7 para o digital Marantz. Brasil x Colômbia no Maracanã, 2008. Gravei a coletiva com Dinamite.

Na hora de colocar no ar…. cadê!
Não salvei o arquivo!

Ia perder a fala dele! Que vacilo!
Contudo, não desanimei!

Corri atrás dele, expliquei a situação, ele abriu aquele sorrisso e disse: vamos lá, pode perguntar!

Mais do que um ídolo em campo, Dinamite era humano, acessível, educado e muitas outras qualidades.

Roberto Dinamite tinha aquele “sorriso cheio de dentes”, que era sinônimo de simpatia, respeito e confiança. Humildade pura de um gênio da bola. O nove que é nove mesmo. Cara que resolve!

O único jogador que metia medo no Flamengo de Zico, quando o Flamengo metia medo em todo mundo.

Hoje, no futebol, é uma blindagem, uma dificuldade para ter acesso aos jogadores e, quando é feita a “ponte”, a figura é uma mala!

Dinamite, descanse em paz.
Deus conforte familiares, amigos e amantes do futebol. O esporte perde alguém ídolo em campo e exemplo fora dele.

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